Subindo a Pedra da Macela
E num domingo acordamos cedo e chamei o Nando pra trilhar. A trilha escolhida foi a Pedra da Macela, que fica em Paraty-RJ, mas o acesso é por Cunha- SP.

A Pedra da Macela, situada na Serra do Mar, em um trecho conhecido como Serra da Bocaina, apresenta altitude de 1840 metros, e por ser o ponto mais alto da região a vista lá de cima é maravilhosa.
Como Chegar: Quem está vindo pela estrada seja de Rio de Janeiro, São Paulo e (por que não Minas Gerais), precisa pegar a Via Dutra até Guaratinguetá (saída 65) e então pegar a estrada Cunha-Paraty até o Km 66, a famosa (e antiga) Estrada Real. Essa estrada era muito usada na época que o Brasil era colônia de Portugal para transportar ouro, diamantes e outros recursos minerais, que vinham de Minas Gerais, para os portos do Rio de Janeiro. Essa Estrada é linda e histórica, e como já andei por outros trechos dela contarei em outro post com outros detalhes.

O trecho entre Cunha e Paraty é muito bonito e a gente vai vendo as serras e toda a paisagem. É chamado Caminho Velho e foi inaugurado no século XVII. Acho que em todo relato de viagem vou dizer o quanto eu gosto quando o rolê mistura natureza e história (e gastronomia também, claro). Mas atenção, apesar de valer muito a pena fazer este trajeto, tenha bastante cuidado e atenção. Quem está dirigindo não deve focar na paisagem, pois a estrada é estreita, com bastantes curvas sinuosas e com trechos perigosos.

Mas voltando ao nosso passeio, para chegar lá, é bem fácil,: É só você colocar no GPS do Google o nome Pedra da Macela ele te leva direitinho até a subida do pico. Mas também existe boa sinalização que indica a entrada para a estradinha de terra que fica do lado esquerdo, pra quem vem da Dutra, no km 66.
A partir daí, esteja preparado para colocar seu carro em uma estrada de terra. É um trecho com cerca de 4 km, e já aviso que essa parte não é boa, mas como já pegamos estradas muito piores nosso conceito de estrada ruim é atualizado de tempos em tempos, rs.


Começando a trilha : Chegamos em um local onde estacionamos o nosso carro próximo a um portão fechado e ficamos um pouco em dúvida, mas como estava cheio de carros, com certeza era ali.

Eu tinha visto vários relatos dizendo que a trilha é fácil e rápida, pois 2 km é até pouca coisa, principalmente pela trilha ser calçada, mas já aviso que por ser bem íngreme ela demanda certo preparo físico. E por lá não há nada para vender então leve água, comida e protetor solar. Ah, vimos muitas pessoas que acamparam lá (apesar dessa placa dizer que é proibido 🤷♀️), e, se você quiser ver o sol nascer (ou se pôr), leve agasalhos por que lá em cima deve fazer frio nesses horários.


Nós subimos em cerca de 40 minutos, com paradas estratégicas para descansar e recuperar o fôlego, mas é claro, nada impede que você suba no seu ritmo, parando quantas vezes quiser, até chegar lá em cima. É importante dizer que durante o passeio vimos idosos, pessoas com bicho de estimação ou com roupas totalmente inadequadas (como chinelos e calça jeans) fazendo a caminhada, e gente de todo tipo físico. Inclusive vi alguns relatos na internet que era tranquilo e possível levar crianças. Quem sabe na próxima vez que subirmos a gente leva meus pais e a Iara?


No topo há uma instalação de antenas de Furnas, que, segundo a Wikipédia realizam a comunicação com as usinas nucleares de Angra dos Reis (inclusive vimos as usinas lá do alto). É importante dizer que o acesso do turista é vetado nas áreas pertencentes a esta empresa.

A vista é tão, mas tão linda que você esquece o perrengue para chegar lá.

Do lado direito das antenas tivemos a vista mais linda. Avistamos o mar, com as montanhas e as cidades de Paraty, Angra dos Reis e Ilha Grande.

Então ficamos um tempinho ali contemplando a natureza, tirando algumas fotos e tentando descobrir até aonde exatamente a nossa vista alcançava.

Cogitamos vir a tarde, para ver o por do sol. Mas quando se tem uma filha pequena é importante agarrar as oportunidades na hora em que elas aparecem, então quem sabe na próxima vez? Eu também fiquei bem feliz com a vista lá de cima, pois havia bastante neblina no dia anterior, então ficamos receosos de não visualizar o mar com as cidades.
Ah, assistir o nascer do sol daqui também deve ser ainda mais lindo. A gente encontrou muitas pessoas descendo com suas barracas por terem acampado aqui no topo.
Uma das coisas mais legais é que não há custo para este passeio, mas recomendo dormir na cidade de Cunha para aproveitar melhor a região.
Já na decida usamos o melhor ditado possível “pra baixo todo santo ajuda” e a gente nem lembrava que estava descendo. Foi muito rápida (eu estava com fome, rs).

E claro que eu fiquei curiosa demais com o porquê do nome. Macela. Acho que queriam dizer Pedra da Marcela, mas pesquisando descobri que o nome “Pedra da Macela” originou-se do fato de existirem diversas plantas denominadas macelas silvestres ao longo da trilha e em suas encostas. As florezinhas são amareladas e florescem por toda trilha até o topo da montanha. Pena que esse florescimento ocorre entre os meses de março e maio, e como fomos em setembro não vimos muitas.

De lá, seguimos para cervejaria Wolkenburg que vimos na ida… Que visual privilegiado que ela tem, gente! Lembrei da outra cervejaria que visitamos em Bariloche no início do ano (que será assunto pra outro post).

De acordo com o site, a Microcervejaria respeita a Lei de Pureza Alemã de 1516, que estabelece que somente são permitidos cevada maltada, lúpulo e água na sua elaboração, sem a adição de qualquer produto químico seja conservantes ou estabilizantes.

O local tem muita natureza, um clima agradável, flores para todos os lados e aquela sensação deliciosa que estar no meio do mato. Quanto ar puro! A cidade de Cunha realmente é muito especial. Essa visita deve ser incluído no seu roteiro se você curtir boas cervejas e experiências.

Comemos comida típica alemã, salsichas e pães típicos …

O ambiente é simples mas funcional: um salão bem grande com mesas de madeira espalhadas, estilo Biergarten alemão mesmo.

As opções no cardápio são limitadas, principalmente se você estiver de regime ou for vegetariano/vegano. Mas as salsichas (Brat Wursts, Weiss Wursts, etc.) e os pães (Bretzels) quentinhos estavam bem gostosos, além da cerveja deliciosa.

Naquele dia tinha três tipos de cerveja, e pedimos a que tem médio teor alcoólico denominada Wolkenburg Helles. De acordo com o cardápio ela possui 4,8% de teor alcoólico, produzida com diversos tipos de malte e com trigo. O resultado era de um aroma frutado intenso. Confesso que fiquei com vontade de experiementar as outras, mas não foi possível.

De acordo com o site da cervejaria, no Brasil existem atualmente cerca de cem microcervejarias. Poucos desses produtores artesanais já começaram a engarrafar suas cervejas, condição fundamental para que a bebida possa ser armazenada e distribuída em caráter sustentável, integrando a comunidade local.
Sobre Cunha: A 230 Km de São Paulo, a 300 km do Rio de Janeiro e 530 de Belo Horizonte, a pequena e simpática cidade considerada Estância Climática e Turística de Cunha é conhecida pelo artesanato com cerâmicas e muito procurada pelo clima aconchegante da montanha. Além da Pedra da Macela, a cidade tem inúmeras opções de turismo próximo à natureza.

Cunha recentemente ganhou espaço em programa de TV, em matéria toda especial sobre a Serra da Bocaina, que se tornou patrimônio cultural e natural do mundo. Eu não me canso de vir aqui, e sem dúvida ainda vamos fazer outros passeios pela região.

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Que massa, meu marido já viu o sol nascer da Pedra da Macela. Tirou fotos incríveis. Ainda na fui, quando ele subiu nossa filha era recém-nascida. Pretendo ir. Adorei o relato. Gosto muito de Cunha-SP. Vez em quando vamos ao lavandário. Beijos
A gente também! Preciso fazer um post sobre Cunha e região
Que legal! Adoro trilha,ainda mais se for fácil. Rsss. Fiquei com vontade de conhecer…
Vc vai adorar, amiga! Cunha é uma cidade super simpática que faz mais frio pq é no alto
O nosso Brasil tem muitos lugares maravilhosos. 👏👏👏
😊😊😊😊