As transformações tecnológicas acontecem de forma cada vez mais rápida e se integram na sociedade de uma hora para outra: hoje em dia não conseguimos imaginar a vida sem um smartphone constantemente conectado à internet de alta velocidade, não é mesmo? Veja nesse artigo o que é inteligência artificial e como isso pode mudar na sua vida.
Há algumas décadas atrás computadores ainda eram aparelhos caros, lentos, e conectados através da linha telefônica aos primeiros sites da web. No entanto, periodicamente, novas tecnologias podem invadir o nosso cotidiano e causar transformações imediatas e profundas com um grande impacto.
Esse é o caso das inteligências artificiais, área da computação que silenciosamente conquistou a atenção e desenvolvimento de pesquisadores e grandes empresas durante muitos anos e, em 2023, finalmente explodiu em popularidade e aplicações úteis (e talvez preocupantes) para o público.
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O que você vai encontrar nesse artigo
O que é inteligência artificial
Em uma semana, mais de três gigantes da tecnologia anunciaram suas próprias IAs e os usos aumentam diariamente. Confira tudo o que você precisa saber sobre a inteligência artificial em 2023.
O que é a inteligência artificial (IA) e as redes neurais artificiais
A inteligência artificial (IA) é um campo da ciência da computação que se dedica a criar sistemas capazes de simular a inteligência humana, utilizando algoritmos e técnicas de aprendizado de máquina para reconhecer padrões, tomar decisões e resolver problemas.
Redes neurais, por exemplo, funcionam de forma análoga às redes do cérebro humano e permitem que o programa de computador aprenda e tome decisões sem necessariamente ser programado para isso – uma rede neural pode, por exemplo, analisar milhares de imagens de cachorros e aprender a reconhecê-los sem que um programador precise definir, detalhadamente, o que é um cachorro.
Esses modelos também podem ser adaptados para se transformarem em IAs generativas, ou seja, capazes de produzir novos dados com base naquilo que aprenderam.
Por exemplo, é possível treinar uma IA generativa com um conjunto de imagens de rostos humanos e depois usá-la para criar novas imagens de rostos que nunca foram vistos antes – a mesma técnica pode criar músicas, pinturas, poemas, textos acadêmicos, e até mesmo outros programas de computador.
Já os modelos preditores são usados para prever um resultado futuro com base em dados históricos e padrões identificados no conjunto de dados. Eles podem ser usados em diversas áreas, como finanças, turismo, viagens, marketing e saúde, para prever tendências e comportamentos futuros – essa tecnologia é especialmente útil para aplicações na bolsa de valores, dados eleitorais e nos algoritmos de redes sociais.
IA e o Twitter:
Em relação às redes sociais, em específico o Twitter, por exemplo, recém adquirido por Elon Musk (agora investidor na OpenAI) e passando por diversas mudanças como indica a ExpressVPN, possui novos algoritmos de IA que buscam encontrar em todos os posts da rede quais seriam os ideais para apresentar ao usuário em determinado momento, levando em consideração seus gostos, preocupações, reações passadas, e tendências de comportamento. O objetivo é aumentar o tempo que os usuários gastam na plataforma, e garantir que anúncios exibidos entre os posts convençam cada vez mais usuários a comprar os produtos.
O que é inteligência artificial: vamos conhecer as mais famosas?
ChatGPT
Muitas soluções baseadas em inteligência artificial já existiam em nosso cotidiano por baixo dos panos, mas foi o lançamento público do ChatGPT gratuitamente pela empresa OpenAI que deu o pontapé inicial para a verdadeira revolução de IA no cotidiano das pessoas em 2023.
O programa é acessado através de um site via celular ou computador, e através de uma caixa de texto simples, o usuário pode escrever o que deseja solicitar à inteligência artificial.
O ChatGPT é capaz de gerar textos extremamente precisos e com linguagem natural, muitas vezes impossível de distinguir da linguagem humana. Esse ChatGPT tem sido utilizado para escrever emails no trabalho, resolver tarefas de casa da escola, organizar fichas alimentares para dietas, criar letras de música inspiradas em outros artistas, gerar poemas, e praticamente qualquer outra função baseada em texto.
Até mesmo programadores já foram capazes de criar aplicativos inteiros através do ChatGPT, e um autor gerou polêmica ao publicar um livro que foi inteiramente escrito pela plataforma.
O ChatGPT é na verdade uma rede neural generativa baseada em predição de palavras, isto é, de forma semelhante ao teclado do celular que busca sugerir a próxima palavra de uma frase, o ChatGPT usa seu conjunto de dados de treinamento para tentar a cada
instante prever qual palavra melhor se encaixa em uma sentença.
Atenção a um detalhe (muito importante) da Inteligência artificial
A plataforma é extremamente poderosa, no entanto, é fundamental citar que sua maior habilidade é criar linguagem natural e não necessariamente fornecer informações corretas – na verdade, é comum que o ChatGPT forneça dados factualmente errados, por isso, seu uso é completamente desaconselhável quando o usuário deseja conselhos médicos, e a rede não é apropriada como fonte para pesquisas ou outras atividades que exijam precisão nos dados.
O uso do ChatGPT despertou uma série de discussões e desafios para professores, empregadores e entusiastas preocupados com a ética das IAs.
A plataforma já está sendo utilizada para plagiar artigos sem fornecer créditos, realizar automaticamente trabalhos alocados ao funcionário dentro de uma empresa, e alunos de grandes universidades já foram flagrados utilizando a plataforma para resolver automaticamente avaliações.
Microsoft aliada a OpenAI
O sucesso da versão pública do ChatGPT despertou o interesse da Microsoft, gigante responsável pelo sistema operacional Windows, programas como o pacote Office e OneDrive, e console de jogos Xbox.
A empresa negociou uma parceria com a OpenAI para utilizar o GPT 4, versão aprimorada e mais poderosa do algoritmo utilizado pelo ChatGPT de forma integrada à sua plataforma de buscas, o Bing, que concorre diretamente com o Google.
Além disso, a empresa já anunciou que o GPT será integrado diretamente à tela inicial do Windows e dentro
dos programas do pacote Office.
Em demonstrações realizadas pela Microsoft e parceiros aprovados no programa de testes, o GPT se transforma em um assistente virtual proativo que permite que o usuário faça buscas na internet com linguagem natural e de forma mais inteligente.
Além disso, o assistente é capaz de otimizar o cotidiano de escritório – é possível, por exemplo, pedir para que o assistente dentro do Microsoft Word relembre o que foi discutido durante uma reunião por vídeo no Microsoft Teams e, com base no que foi dito, elabore um cronograma e proposta de marketing usando o mesmo modelo de formatação que o padrão da empresa. Tudo isso de
forma automática e imediata, sem qualquer trabalho nas mãos do usuário.
Alguns problemas da inteligência artificial
A Microsoft promete ainda mais integração com o modelo inteligente, no entanto, usuários do Bing já relataram alguns problemas que precisam ser resolvidos pela rede neural antes que esta esteja completamente pronta para o uso público.
Em testes publicados no Reddit e YouTube, o assistente inteligente do Bing poderia rapidamente ser induzido a produzir notícias falsas, realizar cálculos matemáticos erroneamente, e já chegou a proferir ofensas a um usuário.
Apesar destes obstáculos, é possível imaginar um futuro onde o trabalho digital se torne extremamente eficiente e livre das etapas cansativas e metódicas, permitindo que os seres humanos trabalhem apenas com o processo criativo.
Google, Facebook e outros
O sucesso imediato do ChatGPT e a parceria com a Microsoft resultou em grandes flutuações nos valores no mercado de ações de outras gigantes da tecnologia que buscaram responder rapidamente com seus próprios lançamentos.
A Google descreveu detalhadamente sua plataforma Bard, algoritmo semelhante ao ChatGPT, que será disponibilizado dentro do
campo de pesquisas do Google e do Google Assistente encontrado em aparelhos com o Android.
No momento, a plataforma está em fase de testes e só pode ser acessada por usuários autorizados e jornalistas.
O Facebook também liberou, gratuitamente, o código fonte de seu algoritmo LLaMA que apesar de mais fraco que o ChatGPT e Bard, poderá ser incluído em diversos projetos diferentes com maior facilidade.]
Outros algoritmos de IA
Outros algoritmos de IA também estão sendo aprimorados e tornados públicos para usos além do modelos de linguagem: plataformas capazes de editar imagens automaticamente, com resultados impressionantes, já foram liberadas gratuitamente e modelos generativos são capazes de produzir qualquer ilustração desejada pelo usuário, em qualquer estilo de arte, em
questão de segundos.
Esses modelos também geraram sua própria confusão ética pois em um fenômeno conhecido como deepfake, os algoritmos foram utilizados para inserir a imagem de celebridades e outras pessoas em imagens adultas explícitas, sem autorização, enquanto
modelos de vídeo avançados como o disponibilizado pela Nvidia já podem ser usados para substituir as expressões faciais e voz de um ator pelo rosto de outra pessoa – em alguns exemplos publicados na internet, a imagem de políticos como Barack Obama e Lula foi inserida em vídeos falsos e a maior parte do público não foi capaz de reconhecer que se tratava de um deepfake, acreditando que o conteúdo era real.
Conclusão:
Essa nova era de algoritmos avançados de IA sendo disponibilizados ao público promete transformar completamente nossa interação com o mundo digital, agilizar nossa vida cotidiana, e trazer uma camada de inteligência nunca antes vista aos nossos dispositivos.
No entanto, a tecnologia parece avançar mais rapidamente do que nossa legislação e compreensão ética, e por isso, nossa sociedade precisará buscar soluções para as questões que envolvem os empregos perdidos para a IA, as imagens e vídeos falsos, e a possibilidade de modelos tradicionais como avaliações escolares e relatórios empresariais perderem sua
significância.
Você já sabia o que é inteligência artificial? Escreva nos comentários.