Você precisa de motivos para viajar ou para ficar em casa? Recebi um artigo de jornal falando sobre uma palavra que nunca tinha ouvido falar chamada Ecdemomania. Achei a palavra tão feia, e quando li sobre ela fiquei muito surpresa. E o dicionário Priberam define Ecdemomania como uma doença. Ou seja, um transtorno patológico que se manifesta numa vontade excessiva de fugir de casa ou de estar longe de casa.

Eu tenho certeza que minha vontade de viajar nada tem a ver com doença ou transtorno mental. Eu adoro ficar em casa (inclusive durante a pandemia planejei mil viagens, olhei mil hotéis charmosos no Booking, porém, ficamos meses e meses em casa, sem problema nenhum em permanecer por aqui. Mas eu e meu marido chegamos a conclusão que passamos a pandemia dentro de casa, respeitando as regras de distanciamento social, etc, porque um pouco antes dela, a gente viajou muito! Demos sorte que uma semana antes dela começar estávamos bebendo drink de guarda-chuvinha em Aruba, em pleno Caribe. E um mês antes fizemos o maior rolê pelo Sudeste Asiático (meu lugar preferido no mundo).

Um dos motivos para viajar: amplia minha mente

Longe de ser inconsequente e de achar que a pandemia é brincadeira, a gente viajou num outro mundo que acho que não existe mais.

E um dos motivos para viajar é porque eu gosto de estar em sintonia e fazer contatos com outros povos. Durante a minha infância (nem tão longe assim) era muito impossível eu sonhar em ir pra algum lugar muito longe do Brasil. E que agora, por causa da facilidade, seja em razão da farta informação nos blogs de viagem e outras redes sociais, na tecnologia que traduz as mais diferentonas línguas, seja as passagens mais baratas, ou um marido que embarca nos meus planejamentos de viagem mais inusitados, etc. Acho que viajar ficou mais fácil.

A primeira vez que viajei para o exterior pela primeira vez eu tinha 11 anos, e fui pra Disney, e a primeira vez que minha criança viajante saiu do Brasil ela tinha 4 meses de vida e foi pra Bósnia-Herzegovina. Leia aqui: Croácia, Montenegro, Bósnia e Alemanha: roteiro de 15 dias pelos Bálcãs

Você precisa de motivos para viajar para lugares autênticos e intensos?

Cada um tem um motivo de viajar, e definitivamente não existe certo nem errado. Eu costumo brincar assim: se for me convidar pra viajar pra lugar que eu já visitei, nem me convida. Hahaha.

Brincadeiras a parte, a verdade é que o mesmo lugar nunca é igual. Seja por causa da companhia, seja por causa do seu clima no momento, e como diz Lulu Santos:

“Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia”

Seja em Bariloche, Argentina (que já fomos 3 vezes), Juiz de Fora (minha família é de lá) ou qualquer outro destino muito visitado por mim eu sou super capaz de voltar e curti-la como se fosse a primeira vez que esteja visitando. Com os olhos de turista.

Os lugares autênticos e intensos podem ser na sua própria cidade;

Sempre pode ter um Walking tour sobre um tipo de arquitetura num bairro revitalizado;

Pode surgir um festival de gastronomia que você vai experimentar sabores locais que você ainda não conhecia;

O seu escritor favorito frequentava alguns lugares na cidade, e ao você fazer essa rota específica você vai aprender mais sobre ele, e de uma certa forma, se aproximar da sua obra que você tanto admira, etc.

O poeta mineiro é a cara do Rio. Visite o bairro Copacabana, onde Drumond viveu por muitos anos.

O aprendizdo é um dos principais motivos para viajar

Aprender o quê? Qualquer coisa que eu nunca sonhei em descobrir. Imagina os Portugueses e Espanhóis quando eles chegaram à América? Um monte de gente diferente com cultura diferente. Naquele tempo, ao contrário de hoje, a maior parte do planeta era completamente desconhecida. Muitas dessas viagens, inclusive, nada tem a ver com o nosso conceito atual de turismo ou viagem. Essas expedições são resultado do próprio desenvolvimento da civilização, quando novas terras eram conquistadas.

Marco Polo, ao retornar a Veneza, relatou histórias incríveis. Lugares tão exóticos e incríveis, que ele pegou fama de mentiroso, fizeram dele um profeto sem honra (não tinha câmera para registrar).

Inclusive alguns historiadores chamam Marco Polo de o primeiro turista, pois ele relatou cenários e roteiros inspirando muitos viajantes depois dele a viajar só pelo prazer de viajar

Hoje é o dia do BEDA e eu estou super sentimental:

Hoje finaliza nossos posts do Beda viajante desse ano e agradeço demais por ter participado. Os blogs e blogueiros participantes me deram forças para conseguir finalizar o desafio. Graças aos posts dos coleguinhas eu aprendi tanta coisa bacana nesse mês que eu nem imaginava descobrir.

Os posts me deram certeza que eu amo ler e escrever sobre viagens e turismo. Tudo que eu leio sobre viagens me molda a cada dia, e me faz responder com vivacidade por que gosto tanto de viajar, mas por aqui não tem absolutamente nada de Ecdemomania.

Vamos aos agradecimentos:

E em especial o meu muito obrigada, ao desenvolvedor e marido viajante @nandocanedo. Quem sem ele não existiria esse espaço aqui, que é tão importante pra mim. E por fim, minha criança viajante, que graças a ela as nossas viagens tem mais cor, sabor, movimento, descoberta e sentido.