Bariloche, Argentina: Dicas de turismo e viagem entre neve, chocolate e montanhas
Nesse post você conseguirá organizar sua viagem a Bariloche, na Argentina. Lugar maravilhoso, bem pertinho de nós, brasileiros.

Por que vir pra cá? Porque a região tem ares totalmente alpinos, com lagos, montanhas, gastronomia diversa e divertimento para todas as idades. Muitos brasileiros optam por essa viagem porque a Argentina faz parte do Mercosul, então não necessitamos de visto, nem passaporte, apenas do RG válido (com menos de dez anos de expedição).
Localizando
Bariloche, cujo nome oficial é San Carlos de Bariloche, é uma cidade da Argentina, localizada na Província de Río Negro, junto à Cordilheira dos Andes, na fronteira com o Chile. Está rodeada por vários lagos (Nahuel Huapi o mais famoso) e montanhas, como o Cerro Tronador (3354 m de altitude, na fronteira com o Chile), o Cerro Catedral (movimentada estação de esqui), o Cerro López, etc.

Como Chegar
Nesse post sobre o Cruce Andino dei todas as dicas de como chegar aqui, com opções de transporte.

Que moeda levar
A moeda corrente na Argentina é o peso argentino. Eu nunca comprei Pesos no Brasil. A gente faz o seguinte: Levo dólares e troco logo na chegada, na agência do Banco de La Nación no próprio Aeroporto Internacional Ministro Pistarini (em Ezeiza), que funciona 24 horas p/ dia e 365 dias p/ ano. Detalhe que uma vez cheguei lá e a agência estava em greve! Então para situações como essa não te abalar logo na chegada, você pode comprar no Brasil alguma quantidade de moeda local, no caso, o Peso Argentino (apesar de que comprar Peso no Brasil não é nem um pouco vantajoso). Isso seria apenas pra evitar alguma situação imprevisível, então é bom chegar no país com o valor de moeda local equivalente a 01 dia de viagem.

Já a agência bancária do aeroporto Aeroparque em Buenos Aires abre todos os dias do ano, das 6h30 às 23h30. Meu marido já trouxe pra cá Reais para trocar também. Além disso ele saca dinheiro diretamente dos caixas eletrônicos, e já sai com os pesos argentinos. Se seu voo for direto para Bariloche existe Casas de Cambio na Rua Mitre. Eu não me lembro de trocar dinheiro em câmbio informal, pois pra mim é arriscado, logo não recomendo.
Ah, e sempre conte com seu cartão de crédito.
Quando ir
Eu já fui três vezes: Na primeira vez e terceira fui no verão – dezembro e janeiro, e os dias eram mais longos e lindos, e não peguei nenhum dia de chuva. Céu muito azul e temperaturas amenas, esbarrando nos 20 graus (se você for corajoso dá até pra entrar nos lagos, os Argentinos fazem isso, inclusive o verão é alta temporada deles por aqui). Mas mesmo assim, traga casaco, pois quando o sol se põe esfria muito (chegando perto de 8 graus). Ou não traga e compre aqui, pois a cidade é excelente para compras.

Já na segunda vez fui em abril, no outono, então pegamos aquelas cores maravilhosas que o outono possui.

Mas também pegamos uma chuva meio chatinha, querendo virar neve, sabe?



Nossa prima acabou de voltar de lá em setembro, na mudança de estação, e ela fez alguns esportes de neve como Esqui-bunda, mas reclamou um pouco da ventania que durante esse período ocorre, sendo que alguns dias choveram, atrapalhando algumas atrações.

Meu marido também foi três vezes, e além do verão e outono ele também foi no mês de agosto e conseguiu realizar atividades de alto inverno como por exemplo Ski.

Bariloche no Inverno
Se a sua viagem é explicitamente para ver neve e esquiar, então pra não correr risco de você chegar (e ir embora) antes da neve chegar vá a partir da segunda quinzena de julho ou no mês de agosto. Lembrando que a natureza é selvagem então pode ser que fora desses períodos alguns anos a neve pode aparecer bem antes, permanecendo até bem mais tarde.

Um pouco da História de Bariloche
O nome Bariloche provém da palavra “Ubdabis”, que na língua mapuche significa “povo de trás da montanha”. Seus primitivos habitantes, os índios mapuches, eram originários do outro lado da Cordilheira dos Andes, no Chile. Essa altitude menor dos Andes, na região de Bariloche, permitiu fazer essa migração. E o primeiro homem branco que chegou à região foi Francisco Pascasio Moreno, conhecido como Perito Moreno. Moreno atravessou a Patagônia de oceano à oceano, entrando em contato direto com as nações indígenas, estudando seu passado e suas origens. Os dados e materiais recolhidos nesta expedição abriram novos horizontes para a antropologia sul-americana, impulsionando vários cientistas para pesquisa.

Já a fundação da cidade deu-se em 1895, quando um imigrante alemão, Karl Wierderhold, criou ali um armazém. Em 1902, tornou-se a cidade de San Carlos de Bariloche. Sua arquitetura, principalmente na área central, lembra a de cidades alemãs e austríacas.


Onde e o que comer
A gente possui familiares na cidade, então fizemos boa parte das refeições na casa deles. Íamos ao supermercado, comprávamos vinhos (uva Malbec) e nossos tios preparavam uma deliciosa refeição com produtos locais.

A cidade tem boas opções, e especialidades argentinas e europeias, então basicamente você encontra de tudo.
Na Calle Mitre e seu entorno fica o coração da cidade, e possui diversos locais para refeições.
Fomos a um restaurante com vista para o lago e um filé à parmegiana que estava divino. Preços baixos, comida farta e de qualidade. Excelente! Meus tios falaram que é frequentado pelos moradores da cidade, tendo pouco apelo turístico. “La Fonda del Tio“

Meus pais conheceram o famoso “El Boliche de Alberto” e voltaram falando maravilhas da Carne. Esse restaurante é o mais badalado pelos brasileiros e já ouvi dizer que na alta temporada a fila para comer aqui dobra a esquina.

Calle Gral Conrado Villegas 347, San Carlos de Bariloche
Enquanto eles estavam lá fomos à maravilhosa Cervecería Patagonia. Que ambiente incrível. A Comida é “muy rica” (como eles dizem) e a cerveja é excelente.

Mas o principal nem é isso: A vista do lago traz uma paz, com você bem no meio das montanhas, contemplando a natureza de maneira sublime.

Assim que você chega já avista uma pequena plantação de lúpulo (um dos principais ingredientes de uma boa cerveja), e que plantinha fofa (e tão rara!). É na região do espetacular circuito Chico, longe do Centro Cívico, então se você estiver de carro, melhor ainda.

Como tínhamos alugado um carro, ficou simples chegar, mas sugiro que alguém seja o “motorista da vez”, pois o caminho tem muitas curvas, e lembre-se sempre: Se beber não dirija! Se você preferir ir de transporte público para não ter essa preocupação pegue o ônibus n° 10 que passa no Centro Cívico, sentido Av Bustillo. Só que pra andar de ônibus em Bariloche você precisa comprar um cartão pré-pago, pois no ônibus não aceita dinheiro. Pode comprar em quiosques próximos ao ponto do ônibus, no centrinho mesmo. Aí você carrega o cartão e usa. Aí dentro do ônibus é só pedir pra descer na parada da cervejaria Patagônia. As linhas 10 e 20 têm rotas que passam perto de Cervecería Patagonia.

E aqui comemos deliciosas empanadas de entrada e uma carne com legumes, sem contar as deliciosas cervejas artesanais. A cervejaria tem a opção de fazer a visita guiada (que necessita reserva). Além da visita nesse pacote está incluído jantar com harmonização das cervejas.

O endereço da Cervejaria é: Ruta Provincial 77, San Carlos de Bariloche 8400, Argentina.
A cidade possui outras cervejarias e bares, então se você gosta da vida boêmia, como a gente gosta, se liga nessa lista, pra incluir na viagem: https://www.barilocheturismo.gob.ar/br/cervejarias
Os doces são o ponto forte de “Brasiloche”. Existem lugares que fazem deliciosas tortas de maçã, sorvetes, doces de leite e o famosíssimo chocolate, que inclusive é o “regalo” oficial da cidade.

Uma em especial que eu recomendo é a Rapa Nui. Enorme, decoração bonita e produtos de qualidade. E aqui tem sorveteria, lanchonete e (pasmem!) um rinque de patinação no gelo.

Existem outras opções como Chocolates Mamuschka, Chocolates del Turista, tem até o Museu do Chocolate.
Tomamos um café com sorvete bem gostosos na Heladeria Il Baccio. Calle España 7, San Carlos de Bariloche, Río Negro.

Onde se hospedar
Bariloche é bastante democrática em relação a hospedagem. Possui hotéis de luxo afastados à beira do lago, como por exemplo o icônico Llao Llao, hotéis três estrelas, albergues (Hostels), chalés ou apart-hoteis.

Eu adoro ficar no centro, e em Bariloche o coração da cidade chama Centro Cívico, que é a praça principal.
O bom é que você não pega carro pra nada, (só pra fazer os passeios nos arredores da cidade). Mas mesmo se você não estiver de carro no centro tem agências de turismo que ao contratar os passeios eles te buscam no hotel. Além disso a maioria das atrações estão interligadas por ônibus urbanos que circulam na cidade. Por aqui tem dezenas de restaurantes, mercados, loja de roupas ou chocolateria. A calle Mitre é a mais importante e movimentada, e as ruas próximas dali também são boas opções de hospedagem. Lembrando que no comércio local se aluga roupas para os esportes de neve. Por aqui tem tudo.

Ficamos no Hotel Três Reyes. Meio antiguinho, mas a maioria dos hotéis no centrinho são assim. Achei bom custo benefício, café da manhã excelente, localização maravilhosa, e vista para o Lago.
Reserve aqui seu hotel em Bariloche

Dica de Ouro: Peça um quarto silencioso
No Hotel Três Reyes queria muito me hospedar no quarto com vista para o lago. No entanto, bem em frente também tem uma avenida bastante barulhenta. No verão como as temperaturas são amenas o quarto não tinha ar condicionado, então se eu fechasse as janelas (por causa do ruído), a gente ficava com calor. Minha qualidade do sono ficou prejudicada. Meu marido e filha não tiveram problemas com isso.

A dica é pedir o quarto com vista lateral do Lago. Você não ouve o barulho do tráfego e ainda curte a vista do lago.

Certa vez optamos por ficar em uma cabana em meio à natureza, e tivemos a impressão de estar no meio de um bosque encantado. O Circuito Chico é lindo, com diversas atividades para fazer por ali. O contato com a natureza é genuíno, um lugar realmente muito especial.

O nome dos Chalés que ficamos chama Cumelcan, e o telefone para reservar é + 54 9 294 463- 41 55. Recebe também reservas por WhatsApp no mesmo telefone. Os proprietários falam português e são super atenciosos. Aliás muita gente em Bariloche entende super bem português.

Quantos dias
Depende. Se você for ficar só em Bariloche acho que umas 4 noites aqui é o mínimo pra curtir a cidade. Na primeira vez fiquei 4 noites, na segunda vez 3 noites e na terceira vez, 2 noites. Sempre achei muito corrido e precisava de mais tempo. Existem algumas cidadezinhas próximas como Villa La Angostura e o Vilarejo de San Martin de los Andes que dizem ser incríveis, além de passeios patagônicos mais afastados em lagos ou montanhas como o Ventisquero Negro que é um glacial (geleira) impressionante próximo ao Cerro Tronador, valendo a pena conhecer e ficar alguns dias a mais hospedados por aqui.
E aí pessoal? Com essas informações vocês conseguem organizar a viagem pra cá?
Não percam o próximo texto, que será sobre o que fazer em Bariloche.
E mais informações sobre a Argentina nesse outro post.
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Interesante descripción de los viajes. Estuve en Cumelcan, el recibimiento, el entorno natural: Todo, es maravilloso. Saludos desde Chile.